Talvez você já tenha ouvido falar da Rainha Cristina da Suécia em suas aulas de história, principalmente pelo fato dela ter sido uma rainha protestante que se converteu ao catolicismo e é uma das poucas mulheres enterradas no Vaticano. Porém, a figura de Cristina é muito mais emblemática e curiosa. Nascida em 1626, Estocolmo, Cristina era a única filha do Rei Gustavo Adolfo II e nasceu depois de dois abortos espontâneos sofridos pela princesa Maria Leonor de Brandemburgo. No dia de seu nascimento, todos pensaram que era um menino, mas logo o engano foi reparado, porém, sua mãe queria ter tido um filho homem, tratando a menina com indiferença.
A princesa era rabugenta, amava ler e era extremamente curiosa. Com a morte de seu pai, Cristina se tornou a única opção possível e assumiu o trono da casa de Vasa. Como rainha, ela tinha uma rotina intensa e, aos 28 anos, começou a pensar sobre a abdicação do trono; a corte negou sua renúncia. A jovem aceitou continuar no cargo, desde que não tivesse a obrigação de se casar, e assim foi feito. “Estou-vos a dizer que é para mim impossível casar. Tenho a certeza absoluta. O meu carácter não se adequa ao casamento. Rezei fervorosamente para que a minha inclinação mudasse, mas simplesmente não me posso casar.", declarou Cristina em seu discurso oficial sobre o assunto.
Porém, naquele mesmo ano, Cristina abdicou, já que tinha perdido muita popularidade, pois passava noites e noites nos bailes com seus companheiros. Ela exilou-se em Roma, onde começou a estudar sobre o Catolicismo e onde faleceu, em 1689.
Há vários rumores acerca da sexualidade de Cristina, já que ela recusava-se aos comportamentos tidos como femininos na época, além de preferir sempre a companhia de mulheres “engraçadas, bonitas e inteligentes”. Embora alguns estudiosos afirmem que Cristina era intersexual, ela tornou-se um símbolo da comunidade lésbica e, inclusive, inspirando o comediante Jade Esteban Estrada a retratá-la no seu musical “ICONS: The Lesbian and Gay History of the World Vol. 2".
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