Quando tratamos de lésbicas, gênero e moda, muito se fala da lésbica desfam, que rompe com a norma imposta de gênero, negando assim, as vestimentas ditas como " femininas ". É interessante pensar, que as vestimentas dessas sapatões quase sempre denunciam sua sexualidade, fazendo que elas se tornem as "sapas alfas". Já para as lésbicas que reproduzem feminilidade, foi importante encontrar outras formas de identificação, como o anel de coco. Por tanto, quando pensamos em Brasil, todas as formas identitárias a respeito da sexualidade está quase sempre ligada a não performance de gênero.
É comum, ouvir relatos de mulheres lésbicas que perfomam feminilidade e se sentem excluídas ou então, tem sua sexualidade constantemente questionada. É interessante ressaltar que segundo o "dossiê de lesbocidio" feito no ano de 2017, 73% das mulheres lésbicas que cometem suicídio, correspondem ao esteriótipo de gênero, na pesquisa, o suicídio é visto como causa direta do lesbocidio.
Nesse caso, é importante ressaltar que não estamos aqui para apontar quem sofre mais, entendemos que nós, mulheres lésbicas e sapatões, viemos do mesmo local de não sermos lidas como mulher, apartir do momento que amamos outras mulheres, mas o fato, é que dentro da comunidade LGBTQIA+ a mulher desfam, tem mais espaço, e é extremamente diferente ser acolhido dentro de um local comum.
A moda historicamente, é uma das principais formas de lutar contra as estruturas opressoras, ela, talvez seja o único mecanismo capitalista que pode trabalhar contra ou a favor, delas. A comunidade LGBTQIA+ fez da moda uma arma, para negar ou não os padrões de gênero, geralmente, é comum dentro das pautas de sexualidade, que se negue os padrões de gênero, já quando pensamos em gênero, é um lugar a ser alcançado para a maioria das pessoas trans. Também é importante ressaltar que para pessoas negras que pertencem a sigla, a relação com os esteriótipos de gênero, é diferente, já que muitas dos hábitos e acesso a moda que pessoas brancas sempre tiveram, as pessoas negras estão conquistando, agora.
Fora do Brasil, existe um movimento identitário sáfico, a moda feminina sáfica , usada majoritariamente por mulheres lésbicas, utiliza de cores, acessórios e, em muitos casos é comum essa feminilidade seja exagerada. Toda essa forma de expressão, de se encontrar dentro do movimento LGBT+ faz com que as lésbicas feem se sintam parte do movimento.
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