Pressão estética: reflexão


Um dia desses, eu estava no YouTube buscando vídeos e canais de mulheres lésbicas e existem conteúdos incríveis, feitos com responsabilidade, mas existem canais que não tomam o mesmo cuidado.

Durante a minha pesquisa, vi alguns vídeos com o tema: "qual seu tipo de mulher?" e nestes vídeos, as mulheres citadas têm sempre corpos padrões, normalmente magras e brancas. Também é comum ver mulheres que perfomam feminilidade falando que se atraem por mulheres que não performam e vice-versa.

E agora você pode estar se perguntando, “ah, mas a ‘sapatão’ que não performa feminilidade não está dentro do padrão. Será mesmo? Será que não criamos dentro das nossas relações um padrão de beleza do que seria uma sapatão bonita?

Já ouviu falar do termo "sapadrão"? Geralmente, são mulheres magras, com cabelo curto ou um boné, brancas, que acompanham tendências de moda e têm um estilo onde não há uma perfomance de feminilidade, mas é nítido que são mulheres. Falo isso, porque a ‘sapadrão’ não é a ‘sapatão caminhoneira’, figura que nos é familiar trabalhando em subempregos, sem acesso ao estudo básico e sem acesso ao mercado de trabalho por ser um estigma social.

Nesses vídeos em sua maioria, têm uma jovem adulta padrão, falando qual o tipo de jovem adulta padrão ela se atrai e isso é preocupante, já que elas atingem um público infantojuvenil, que são meninas que estão lidando com suas sexualidades, com seus corpos em desenvolvimento; Corpos esses que muitas vezes não são magros, brancos e que podem ser portadores de deficiência física ou cognitiva. São meninas que buscam nelas representatividade e não encontram.

E, com isso, questiono quando trouxemos as reproduções patriarcais, comportamentos machistas, reproduções de relacionamento heteronormativo e padrão estético para nossas relações? Dito isso, eu paro e penso, quando o patriarcado entrou no mundo sáfico e porquê deixamos isso acontecer?

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